28/05/2013 -
Terminou na ultima sexta feira (24) o 41º Sitrefesp – Curso
Internacional Para Treinadores de Futebol – organizado pelo
Sindicato dos Treinadores Profissionais de Futebol do Estado de
São Paulo, presidido pelo professor Hélio José Maffia.
A
cerimônia de abertura foi na segunda-feira, dia 20, na sede da
Federação Paulista de Futebol com palestra de Renê Simões.
Com a participação de 158 alunos, dos quais dois do Chile, três
da Colômbia, um da Argentina, um da Bolívia, um da Itália e um
da Austrália, o Sindicato dos Treinadores de Futebol
Profissional do Estado de São Paulo, sob a presidência do
professor Hélio José Maffia, o Sitrefesp realizou com grande
sucesso mais um Curso de Atualização para Técnicos de Futebol, o
41º SITREFESP.
A
abertura, dia 20 de maio, segunda-feira, coube ao treinador Renê
Simões, atualmente no Vasco da Gama. Após a sua explanação Renê
respondeu a algumas perguntas.
De terça-feira a quinta-feira, as aulas, práticas e
teóricas, foram realizadas no CEPEUSP.
Terça-feira
Os trabalhos de terça-feira começaram com Cláudio Grillo,
auxiliar-técnico que trabalha no Santos e que falou sobre
tecnologia esportiva. Posteriormente Ricardo Drubsky, do
Atlético Paranaense, discorreu sobre Conceitos Táticos (táticas
individuais, posse de bola, compactação, bola longa, bola curta,
qualidade no passe, velocidade, etc.). Falou ainda sobre a
estrutura organizacional de uma equipe. Que tipo de esquema será
utilizado, como por exemplo: 4-4-2, 4-2-4, 3-5-2, etc.
Avançou ainda na explicação do marketing positivo e negativo.
Comparou o futebol praticado no Brasil e na Espanha. "No Brasil
os jogadores driblam mais, a bola vai menos de um lado para o
outro e as equipes imprimem menos velocidade. A Espanha,
especialmente o Barcelona, realiza um futebol de muitos toques e
com maior velocidade. Ninguém enfeita e o time vai direito para
o gol adversário.
Após a palestra de Drubsky, foi a vez do preparador físico, o
professor José Roberto Portella falar dos "Aspectos Globais da
Preparação Física no Futebol". Lembrou que antigamente o futebol
era 60 % de preparação física. "Quando a ciência chegou ao
futebol, todos passaram a valorizar mais a bola. E assim sendo
até a preparação física passou a ser feita com bola." E ele
acentuou: "Hoje eu trabalho com GPS. A tecnologia me ajuda a
saber onde está o ponto fraco na preparação de um ou vários
jogadores. Aí faço mais treinos aeróbico ou anaeróbico. Faço
aquilo que o jogador está precisando mais. Realizo um treino
para todos e depois treinamentos complementares
individualizados. Os meus treinos são monitorados. Portella
falou sobre o aquecimento, a melhoria da coordenação motora, do
aumento da motivação dos atletas. Ao mesmo tempo que falava
mostrava com vídeos os seus trabalhos pelos vários clubes que
trabalhou.
Ainda na terça-feira os alunos puderam assistir a um trabalho
técnico realizado pelos jogadores Sub-17 do Palmeiras, sob o
comando do professor Márcio V. Cardoso.
Quarta-feira
Na quarta-feira cedo, o professor Sandro Orlandelli, que durante
11 anos trabalhou no Arsenal da Inglaterra, falou sobre o
descobrimento e o aprimoramento de novos talentos. Explicou como
o trabalho pode ser feito para que não se perca os talentos que
surgem no clube.
Posteriormente o instrutor de arbitragem Roberto Perassi
discorreu sobre as Regras do Jogo, especialmente o trabalho
executado pelos Árbitros Assistentes Adicionais (AAA). Respondeu
a dezenas de perguntas dos alunos a respeito da utilização dos
cartões vermelho e amarelo, marcações de faltas e impedimentos.
Lembrou que, por ano, em São Paulo, são realizados mais de 4.500
jogos. E nessas partidas são utilizados em torno de 600 árbitros
distribuídos nas categorias A1, A2, A3, 2ª divisão, campeonato
feminino e divisões de bases. Afirmou que o árbitro precisa ter
credibilidade. "Sem credibilidade um árbitro está fadado ao
insucesso. "Disse ainda que o trabalho do árbitro é muito
difícil porque ele toma 180 decisões, em média, por jogo.
Explicou que todo árbitro internacional (o árbitro FIFA) tem que
falar pelo menos uma língua, de preferência o inglês. Para a
Copa das Confederações, marcada para este ano no Brasil, estão
relacionados 30 árbitros que têm realizados cursos e provas
todas em inglês. Falou sobre o "Jogo Brusco Grave", "Jogada
Temerária", "Conduta Violenta", "Simulações", "Jogo Perigoso",
"Mão deliberada", etc. À medida que ia expondo cada item,
respondia a inúmeros questionamentos dos alunos.
Depois foi a vez do Futebol Feminino. E a respeito falaram
Edmundo Trevisan e o professor Arthur Elias, este do Centro
Olímpico, que levou a sua comissão técnica. Disse que a
categoria não tem recebido o apoio de empresas mas exaltou o
trabalho de profissionais abnegados que se dedicam muito para
que haja o fortalecimento do futebol feminino em São Paulo e no
Brasil.
O professor José de Souza Teixeira também participou de uma das
aulas. Falou da sua experiência vitoriosa como preparador físico
e treinador ao longo dos seus mais de 50 anos dedicados a clubes
e seleções, tendo conquistado vários títulos em sua carreira.
Outra importante palestra foi proferida pelo professor Maurício
Marques, Diretor Técnico e Coordenador do Curso da Escola
Brasileira de Futebol da CBF. Ele falou sobre o plano de
carreira do treinador de futebol e como esse profissional deve
orientar os atletas de base e profissional no futuro de sua
carreira. Essa explanação foi muito esperada e bastante
proveitosa porque vários alunos-treinadores trabalham com
equipes de base e com Escolinhas de Futebol.
Quem também marcou presença com uma estupenda aula foi o
preparador físico do Corinthians, Fábio Mahseredjian. Fez
colocações interessantes e importantes para os alunos explicando
como tem trabalhado desde o começo da carreira no São Paulo até
os dias de hoje no alvinegro onde tem conquistado títulos como o
Mundial de Clubes ao lado de Tite.
Marcelo
Lima, Coordenador Técnico das categorias de base do São Paulo,
fez uma exposição de como funciona esse setor no Tricolor.
Contou como é o Centro de Formação de Atletas - Laudo Natel - na
cidade de Cotia. Explicou que a filosofia implantada no São
Paulo se traduz em ser uma equipe Ofensiva, Eficiente, de
Qualidade e Vencedora. Fez uma afirmação importante. "Todos os
jogadores são obrigados a estudar. E que o apoio familiar é
importantíssimo nesse particular." Para ele: "Talento precoce
não significa certeza futura". Nem sempre um jogador que se
destaca no infantil ou juvenil se tornará um grande futebolista.
Lembrou que o jogador Kaká não era destaque nas categorias de
base. Tinha qualidades, sabia jogar, mas inúmeras vezes foi
banco. Houve época até, que alguns dirigentes queriam
dispensá-lo. Mas esse desejo foi abortado por profissionais que
viviam o dia-a-dia com ele, pois sabiam que o atleta poderia
vencer um dia como venceu. Após a sua palestra houve um
treinamento técnico com os jogadores Sub-17 do São Paulo
comandados pelo ex-atleta Menta, do Tricolor.
Sexta-feira
Os trabalhos na sexta-feira, dia 24 de maio, foram realizados em
um dos salões do Novotel Center Norte. Começaram com uma "Mesa
Redonda" que teve o jornalista Lucas Neto como mediador.
Participaram, na primeira parte Vagner Mancini, Estevam Soares e
José de Souza Teixeira, além de Hélio Maffia e José Nogueira
Júnior. Depois entraram nos debates mais os ex-jogadores Badeco
e Wladimir. Nessa "Mesa Redonda" os alunos que participaram do
curso fizeram dezenas de perguntas aos debatedores tirando
dúvidas e também apresentaram considerações.
Por fim, Hélio Maffia, presidente do Sindicato dos Treinadores
de Futebol Profissional do Estado de São Paulo, e José Teixeira
,vice, complementaram os trabalhos.
Treinadores de Escolinhas de Futebol, de Futebol Feminino, de
equipes da Segunda, Terceira e Quarta Divisões de vários estados
do Brasil, bem como dezenas e dezenas de ex-jogadores como
Robert, ex-Santos, Carlos Alberto Seixas, ex-Palmeiras, Batata,
ex-Corinthians, Vinícius, ex-Portuguesa, Claudecir,
ex-Palmeiras, Alberto, ex-Santos, Juliana Cabral, ex-jogadora de
futebol, medalhista olímpica, Bruno Casagrande, filho do
ex-jogador Casagrande, atualmente vinculado ao Botafogo de
Ribeirão Preto, participaram e receberam o Certificado de
conclusão do Curso de Treinador de Futebol.
O Curso teve o patrocínio da Bioleve, Zona Livre, Novotel,
Projesom, Gold Sports, bem como a parceria do Ministério do
Esporte, da Federação Paulista de Futebol e do CEPEUSP, além do
apoio do Projeto Pedra Azul, da Faculdade e Colégio Drumond e
Kief Sport. |